sexta-feira, 22 de maio de 2009


Fora apenas mais uma chuva torrencial,
uma noite úmida e triste
que acabara com um embrulhado de meias palavras
algumas engasgadas e outras cuspidas com acidez.
Fora apenas mais uma chuva torrencial e na clamaria seguinte

nossos barquinhos escolheram o início do nosso inverno.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

É como me sinto agora, num céu sem estrelas, num salão sem som, com um violão sem corda, com pés sem chão... E como voar sem asas? E como aceitar algo que lhe é imposto assim, sem aviso prévio ou garantia de sucesso no fim? E qual é o nosso fim?
Como contar histórias felizes se a cada dia felicidade passa a ser uma brincadeira sem graça que não contaremos aos nossos netos, porque não haverão netos, nem filhos, nem futuro.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Ele faz balanços e cálculos.
Eu, pose e poesia.
E a gente dança junto
na matemática dessa sintonia.

Embora as duas coisas se completem,
gosto mais nele aquilo que me opõe:
Gosto que me traga o que não domino.
Gosto de ter o que me dispõe

Falar da vida de forma enciclopédica
relatando dados, datas, estatísticas.
E eu entendo melhor quando ele ensina:
Em tempos de crise,
coração aberto e renovado,
só podia atrair um economista.