segunda-feira, 5 de outubro de 2009


Era uma manhã de primavera sem sol, sem pássaros, sem flores.
Uma paisagem de fim de outono e início de inverno.
Um amotoado de folhas de calendário desordenadas, uma ampulheta parada.
Perdeu-se a noção do tempo, perdeu-se a graça das histórias contadas por nós.
Eram crinaças que ontem brincavam juntas e hoje crescidos, são incapazes de dividirem a mesa do jantar.
Eram tão parecidos quando eram de todos um, mas agora são todos cada um só.
E o que pareceu ser eterno tornou-se apenas momentâneo, "o anel que tu me destes era vidro e se quebrou", tornaram-se cirandas inesquecíveis, daquelas que a gente canta pra os nossos filhos mas nunca farão parte de um presente.
Não sei, acho que foi apenas uma manhã de primavera aos avessos, ou apenas uma vertigem duradoura e que um dia passa. Pelo menos é nisso que tento acreditar.



" Mudaram as estações, nada mudou. Mas, eu sei que alguma coisa aconteceu, tá tudo assim tão diferente... se lembra quando a gente chegou um dia acreditar que tudo era pra sempre, sem saber que o pra sempre sempre acaba.."