sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

[...]

Sem medo, sem súplicas balbuciadas nem conversões tardias.
Uma confusão sonora que me causa aflição e me embaraça o entendimento.
Pranto de velhas bocas, sangue de velhas súplicas.

Um dia, como se o deserto tivesse de súbito acabado aos nossos pés.
Mas eu me calo, me controlo.

Grito sussurrando em teu ouvido, no fictício meu sentimento é profundo,
no mundo real sou um mero ser mortal.
Ele é vazio e sem promessa. ...
Se ao menos houvesse o vento. ...
Perante esse silêncio o que nos resta são murmúrios de ausência
Neste lugar, as palavras faltam e só nos resta um silêncio escandalizado.
Um silêncio que é um grito ...

Era uma promessa, um sorriso a começar.
Fantasma, você surge do passado, vem sem avisar me deixa paralisada, tonta e sem saída.

E a única solução que a tua ausência cravou em mim é apenas seguir em frente.
Sou como bicho vivendo por instinto.

Imóvel jaz meu corpo com nódoas de um passado que ainda não passou.
Alucinações, a espera, a saudade sufocante,

a ausência da tua voz faz tristes sonhos serem apagados e consumidos pelas chamas.
Deixa-me ler na tua pele e nos teus pêlos a minha vida toda escrita em braile.
Minhas palavras são os cacos do grande espelho que me reflete e é a tua essência que vejo nele.

Prantos e pedidos, nesse espelho ouvi.
Dos meus olhos lágrimas caíram, eu vi morrer o teu rosto o teu sorriso como cativa em espelho meu!
Hoje percebo que sou tão real quanto os teus medos, os teus desejos e as tuas fantasias. ...

Nos destroços do que fomos, Passeio muitas vezes o meu pensamento,
E neles me vejo presa e trancafiada.
Palavras vagas sobrevoam meus destroços, vivos restos, fragmentados sentimentos.
Fui assim vivendo os meus dias, na esperança que mais tarde ou mais cedo,

restassem só lembranças do que fomos e esperanças do que podíamos ter sido.
Passei a viver de imperfeições.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Filosoficamente

Apesar de antigo, o mito da caverna (do livro A República de Platão) http://www.geocities.com/Wellesley/Atrium/4886/filos15.htm tem muito haver com a sociedade de hoje, onde nos limitamos diante de uma realidade que nos é imposta por meios de comunicações em massa. A televisão, internet, jornais, vem nos bombardeando com informações e padrões que às vezes se distanciam da nossa realidade, são padrões de beleza, moda, que muitas vezes não questionamos, apenas deixamos que entre em nossas casas para admirarmos e aceitarmos como regra.
Essas são as algemas que nos prendem na caverna da atualidade, que faz com que criemos um pensamento limitado sobre nós e as coisas do mundo. Pensamento esse que só será rompido quando dermos conta que vivemos na bola-de-neve de um sistema capitalista que a todo instante manipula e aliena.
Vemos o que querem que vejamos, e acreditamos naquilo que vemos, e chega um ponto que não controlamos e as sombras, as limitações crescem, e a capacidade de questionarmos se atrofia. É como a lei do uso e desuso.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

E chega o novo!

Que os dias venham novos para podermos descobrir seus mistérios.
E tudo que por nós passsou fique guardado e se eternize.
Porque eu quero mesmo é um ano novo em câmera lenta!



[ post de ano novo um pouco tardio]